Diálogo psicanalítico
Eu:
- Minha mente turva é minha prisão.
Minha alma negra, minha danação.
Tatuei de preto o meu coração.
Tenho salvação?
Minha psicóloga:
- Não.
(O que me vale é ela não saber que minha alma ainda é leve e colorida, como folha de papel pintada com giz de cera. A tatuagem é negra de nanquim e esconde a cor que a dor do prego revela ao arranhar a superfície.)
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“All the love gone bad turned my world to black.
Tattooed all I see. All that I am. All that I’ll be.”
O interessante da deprê do Pearl Jam é que o Eddie Vedder parece ser um cara bem resolvido com ele mesmo. No entanto, é claro que isso não quer dizer nada, pois as tristezas pelas quais a gente passa na vida são mesmo difíceis de apagar, como o próprio Vedder desafia em “Jeremy”: “Try to forget this. Try to erase this.” Cantar as tristezas é uma maneira de lidar com elas, eu penso, e talvez de exorcizá-las. Mas eu nunca vi nada tão triste quanto uma tatuagem negra na alma.
Ironicamente, a tristeza da letra da canção “Black” paralisa o artista: “Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay were laid spread out before me as her body once did.”
Além disso, Vedder canta de um jeito tão sofrido que a gente até se compadece de seu sofrimento. Para mim, “Black” é a música mais linda do mundo.
E a letra de “Even Flow”, hein? Alguém?
http://youtube.com/watch?v=ePjESN9pRdg
Eu:
- Minha mente turva é minha prisão.
Minha alma negra, minha danação.
Tatuei de preto o meu coração.
Tenho salvação?
Minha psicóloga:
- Não.
(O que me vale é ela não saber que minha alma ainda é leve e colorida, como folha de papel pintada com giz de cera. A tatuagem é negra de nanquim e esconde a cor que a dor do prego revela ao arranhar a superfície.)
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“All the love gone bad turned my world to black.
Tattooed all I see. All that I am. All that I’ll be.”
O interessante da deprê do Pearl Jam é que o Eddie Vedder parece ser um cara bem resolvido com ele mesmo. No entanto, é claro que isso não quer dizer nada, pois as tristezas pelas quais a gente passa na vida são mesmo difíceis de apagar, como o próprio Vedder desafia em “Jeremy”: “Try to forget this. Try to erase this.” Cantar as tristezas é uma maneira de lidar com elas, eu penso, e talvez de exorcizá-las. Mas eu nunca vi nada tão triste quanto uma tatuagem negra na alma.
Ironicamente, a tristeza da letra da canção “Black” paralisa o artista: “Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay were laid spread out before me as her body once did.”
Além disso, Vedder canta de um jeito tão sofrido que a gente até se compadece de seu sofrimento. Para mim, “Black” é a música mais linda do mundo.
E a letra de “Even Flow”, hein? Alguém?
http://youtube.com/watch?v=ePjESN9pRdg