Desejo que você tenha a quem amar
e que, mesmo que não seja amado,
ainda assim ame.
Desejo que você veja muito mar
e que, mesmo que a chuva caia fria,
ainda assim mergulhe.
Desejo sua idiossincrasia –
que ela procure minha boca
de forma cartesiana
ou estúpida.
Pois sendo uma, não pode deixar de ser outra.
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Essa história desse poema “Desejo”, que inspirou a letra da música do Frejat, é muito obscura para mim, por isso vou desistir de minhas diligências pela web para entender de quem é o poema e partir para o que interessa, que são os versos da música que me comovem: “Desejo que você tenha a quem amar / E quando estiver bem cansado / Ainda haja amor pra recomeçar”. Afinal, Barthes já disse: o texto corre livre por aí, não importa quem o tenha escrito.
O fato é que eu adoro a ideia do desprendimento afetivo. Explicando: desejar amor para o outro, desejar que ele sempre possa recomeçar com amor (ele, não eu, entendeu?), desejar para o outro o que se tem e, ainda, o que não se tem. Isso é, para mim, nobreza que se deve almejar.
Por isso, para quem eu gosto e amo, desejo que tenham a quem amar e que, amando, esqueçam da razão.
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