“Sete anos de espera”, me dirias.
“Não é tempo por demais?”
“Ora!” digo-lhe, “Já muito faz
Quem com calma espera sete dias.”
Há moça que mereça tal expectativa?
Ou moço que ainda valha o sacrifício?
A paixão pode ser intensa no início,
Mas se desbota com espera abusiva.
E o vermelho do olho choroso
Se esmaece em nuances de rosa
Assim como a lágrima confunde o brilho
Que marca um novo olhar ansioso.
Seja em poesia ou em prosa
A paixão nova é o estribilho.
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Um do poeta:
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela,
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
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