Da calmaria
Que te leve ao fundo,
que te dê centro,
que te entregue paz,
que proveja sustento
para a iminente tormenta
que te toma,
que te tenta.
Da turbulência
Que te leve longe,
que te entregue à margem,
que te revire os planos,
que te dê coragem
para o vai e vem
que te toma,
que te tem.
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Antes das tempestades literais ou metafóricas, há, de fato, uma calmaria, um ar parado, que quase nos faz esquecer que a tormenta é constante da vida. Talvez a calmaria prepare o espírito, alimente o pensar e fortaleça o corpo para suportarmos os ventos e trovões. Talvez ela seja apenas perversa, dando-nos a ilusão do chão. Mas este nos abandona os pés ao primeiro sopro do noroeste. É bom desconfiar de calmarias e apostar mais em turbilhões.
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Someone told me long ago
There’s a calm before the storm,
I know, it’s been coming for some time.
When it’s over so they say
It will rain a sunny day,
I know, shining down like water.
I wanna know have you ever seen the rain
I wanna know have you ever seen the rain
Coming down on a sunny day?
Creedence Clearwater Revival
So the storm passed and every one was happy.
Kate Chopin
Um comentário:
a ilusão é sempre nossa, meu amor.
Penso na visita ao farol, penso que tormenta e calmaria estão no caminho, e que quem desejou ir ao farol fomos nós.
Enfim, fica tudo na nossa conta.
E, é claro, os poemas estão lindos. Você já passou há muito do exercício para a forma. Poeta de verdade.
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