Primavera
A parede é branca.
Ela chega e te pinta
e te borra com a tinta.
Pintura própria, ela arranca;
Proteção extinta.
Verão
A parede ensolarada
ou banhada de lua.
Ela chega tão nua
no calor da madrugada.
Janela escancarada –
vê-se a cor lá da rua.
Outono
A parede sombria,
sua cor escondida.
Ela chega e revida
também com energia.
A cortina torcida
dá vez à luz do dia.
Ela ainda auspicia
ventos bons nesta vida.
Inverno
Na parede gelada
a pintura desbota.
Ela chega e boicota
essa fria emboscada
da estação que se esgota.
Do canto, puxa a escada
e, quente, dá uma risada,
enquanto a voz tilinta:
“Esta parede precisa de tinta!”
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April come she will
(Paul Simon)
When streams are ripe and swelled with rain;
May, she will stay,
Resting in my arms again.
June, shell change her tune,
In restless walks she’ll prowl the night;
July, she will fly
And give no warning to her flight.
August, die she must,
The autumn winds blow chilly and cold;
September Ill remember
A love once new has now grown old.
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