sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cartesianismo


Desejo que você tenha a quem amar

e que, mesmo que não seja amado,

ainda assim ame.


Desejo que você veja muito mar

e que, mesmo que a chuva caia fria,

ainda assim mergulhe.


Desejo sua idiossincrasia –

que ela procure minha boca

de forma cartesiana

ou estúpida.

Pois sendo uma, não pode deixar de ser outra.


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Essa história desse poema “Desejo”, que inspirou a letra da música do Frejat, é muito obscura para mim, por isso vou desistir de minhas diligências pela web para entender de quem é o poema e partir para o que interessa, que são os versos da música que me comovem: “Desejo que você tenha a quem amar / E quando estiver bem cansado / Ainda haja amor pra recomeçar”. Afinal, Barthes já disse: o texto corre livre por aí, não importa quem o tenha escrito.

O fato é que eu adoro a ideia do desprendimento afetivo. Explicando: desejar amor para o outro, desejar que ele sempre possa recomeçar com amor (ele, não eu, entendeu?), desejar para o outro o que se tem e, ainda, o que não se tem. Isso é, para mim, nobreza que se deve almejar.

Por isso, para quem eu gosto e amo, desejo que tenham a quem amar e que, amando, esqueçam da razão.


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Amor pra recomeçar

3 comentários:

Van disse...

Alcançar esse grau de despreendimento não é tarefa fácil...

Lindo texto... poema.. tudo...adorei tudo!

bjsss

Unknown disse...

Como eu gosto muito dessa letra mas nao tenho essa profundidade. Achei demais! Oi professora, tudo bem??? Estou fazendo pesquisa para o meu (PROJETO DE TCC, será sobre "O PARADOXO DO AMOR NA LÍRICA CAMONIANA" o que achou do tema? aceito sugestoes. Muitas saudades das suas aulas, da sua simpatia e da Capacidade de aturar a gente! Um grande beijo com todo respeito e admiração! Não esquecerei da Sra nos agradecimentos, muito contribuiu para o que aprendi.

king of pain disse...

Oi, Cosme!
Que bom que você continua andando pelas avenidas da literatura. Ainda mais pesquisando sobre poesia! Se quiser uma ajuda, pode me mandar um e-mail.
Beijocas!