sábado, 13 de dezembro de 2008

Transgressão


Eu sou a transgressão;
Eu sou a vontade no olhar alheio.
Eu te encosto, eu te permeio,
Mas você me diz não.


Eu sou a transgressão;
Eu sou a boca que você deseja,
Eu sou a boca que você não beija –
Você me diz não.


Eu sou ilusão.
Eu sou o mundo mais complicado,
Sou o caminho mais emaranhado,
Para quem me diz não.


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Transgredir ou não transgredir? Eis...
A transgressão sem princípios – ou seja, transgressão apenas por transgredir – é tão estúpida quanto o acato sem crítica do que se deve respeitar. Não muda nada, não melhora nada. É como muitos funks e hip hops que, embora façam parte de um tipo de música originalmente transgressor, falam de como a mulher tal é gostosa ou de quanto dinheiro os cantores têm para comprar carros, correntes de ouro, roupas de grife e mulheres gostosas. Isso não é mais transgressão, é mainstream burro.
Transgredir é positivo e/ou negativo, depende do contexto. Afinal, todo mundo gosta de algo que não pode ou não deve.
Um tipo de transgressão interessante é não fazer aquilo que se espera de você. Basicamente, quebrar rótulos. Se, em 1990, alguém dissesse que o U2 iria fazer um disco altamente dançante, para encher pista, diriam que esse alguém estava por fora. Transgredindo, Achtung Baby foi lançado em 1991 e trouxe uma das melhores músicas para se dançar do planeta, que está no link abaixo. “Autotransgressão” – talvez a melhor que há.

http://www.youtube.com/watch?v=s7XnSrMVftE

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